Exposição Prolongada à Ficção Científica  

   um blog de Luís Filipe Silva


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06 Novembro 2022

Ecos da GalxMente. Negritos, meus.

What would our own death feel and taste like—as an experience rather than a moral and moralizing experiment [...]? That is a question that seems to have plagued [Hilda] Hilst her entire life, and her tentative answer to it was twofold: firsthand experience of death was something that could be achieved through art, and, should that prove insufficient, by directly asking the dead themselves. What would it feel like to simply not be? And how can this be a knowledge we do not possess, considering we have spent, and will spend, billions of years in such state.

(Fonte)

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01 Novembro 2022

Manter acesa a paixão pela arte que comanda a nossa existência. Que nos escolheu a nós, mais do que a escolhemos. Contra desânimos e ausência de reconhecimento (ou sequer de comentários!). Eis o dia a dia de quem teve a fortuna (se fortuna tiver sido...) de abrir um livro de banda desenhada e ficar viciado. Viciado a sério - não se limitar a consumir, mas querer contribuir, produzir, criar, participar no jogo.

É um estado de alma familiar para certos indivíduos, motivo pelo qual O Fogo Sagrado, o pequeno e discreto álbum a solo que Derradé deu à luz ultimamente, lhes (nos) toca, sem dúvida. Nesse aspecto, é uma celebração contra o silêncio e a passividade de aceitar uma condição imposta: a do «mercado», que traduzindo-se à letra, revela falta de uma dinâmica de procura, por parte das grandes massas, por esta arte, procura que outros países souberam/foram capazes de impor há mais tempo. Aqui (leia-se: país colado à beira da Europa, como se raspado da sola do sapato), avança-se aos poucos, depois recua-se com força, e existimos num ir e vir de ondas. Não sabemos se terá fim, mas, como dizem os livros de auto-ajuda, «de tostão a tostão, passaste ao lado do milhão».

Desânimos à parte, O Fogo Sagrado é um importante testemunho de (uma vida de) perseverança, ou como outros dirão, teimosia saudável, de manter acesa a chama que identificamos como criação ou paixão, aquilo a que dedicamos os momentos da nossa vida - afinal, o que de mais sagrado temos para dar. E fica aqui o grande desejo, que o apelo se cumpra, que a Banda Desenhada exista. A vida é feita de Pequenos Nadas para que não acabe sendo um Grande. E se este foi mais um livro do confinamento... é como se diz, as crises desafiam. Setenta páginas da Escorpião Azul, e que venha o próximo!

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