Exposição Prolongada à Ficção Científica  

   um blog de Luís Filipe Silva


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27 Junho 2005

O QUE É AQUILO NO CÉU? Núvens...

beyond the trees

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26 Junho 2005

I LIVE IN A SCIENCE-FICTION WORLD. Estou a tomar um café, a ver o mar e a wifi-surfing. Adquiri a password pelo telemóvel. Poderia tirar uma fotografia e mostrar-vos (se tivesse câmara no telemóvel). Ao lado, há quem estude e uma senhoras de idade espanholas contam anedotas. E descubro novos conceito s de planeamento urbano, tais como o Zipcar, uma nova forma de ter e utilizar carro em Nova Iorque - apenas quando e onde se precisa -, que é mais um exemplo de como a tecnologia e a partilha de informação vai progressivamente juntando os pensamentos capitalista e proletário numa utopia da gestão. Faraway, baby, but so close.

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KENEDDY SABIA O QUE DIZIA, ou assim afirmam.O tempo rectifica tudo... ou engana.

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ENTREVISTA minha ao mega-projecto da Intempol, prova de que a FC brasileira está viva e recomenda-se.

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25 Junho 2005

ATÉ QUE PONTO SE É GULOSO quando se gosta de acordar ao cheiro de bacon frito?...  (A ideia deixa-me agoniado.)

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23 Junho 2005

A REVOLUÇÃO ARRANCA EM PRIMEIRA. Duas pequenas maravilhas do mundo moderno encontram-se a transformar radicalmente o meu modo de aprendizagem. Não são novas, mas pelo que permitem poupar em termos de tempo e síntese, e pela capacidade de inter-relacionamento com o resto do pessoal na comunidade são ferramentas de conhecimento muito úteis.

A primeira é o site del.icio.us, que é uma ideia tão simples como guardar as páginas favoritas que vamos encontrando na net num único repositório que se pode aceder em qualquer parte do mundo e que pode ser consultado por outros, salvaguardando a devida privacidade. O que é mais fabuloso é a simplicidade: com um pequeno clique e um conjunto de tags de classificação, vamos construindo um google pessoal, e permitindo uns aos outros a troca de viagens virtuais. A segunda é o bloglines, leitor online de feeds noticiosos e bloguistas. Nunca grande adepto dos softwares instaláveis leitores de feeds, este site sintetiza e uniformiza a leitura de artigos em série, para os sites aos quais se volta repetidamente, avisando das novidades e permitindo que se poupe imenso tempo na abertura individual dos sites em questão. 

É absolutamente viciante, e quando mais sites encontro, mais adiciono a ambos os repositórios. O universo quase inesgotável do conhecimento humano começa a ficar ao nosso dispor de forma simples e absolutamente imediata. Agora entendo o que o Bruce queria dizer quando se referia que «ver televisão é tão aborrecido como ver gelo a derreter».

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22 Junho 2005

EXISTIR. Estava-se em 1983 e eu descobria este livro. Durante dois anos estivera em contacto íntimo com alguns conceitos, durante a escrita de um romance que não vou publicar e muito influenciado pelos temas de um livro muito particular. Dar um nome ao sentimento, e descobrir que outro alguém o sentia é daquelas revelações que só acontece quando somos muito jovens e nos consideramos únicos. Mais tarde, já no fim da adolescência, e inspirado pelo estilo deste senhor, produzia uma continuação, um revisitar do espaço, para concorrer na prática a um concurso de ficção científica que acabaria por ganhar. O texto está aqui, até ao final de Julho, e comporta alguma temática adulta (aviso a mentes sensíveis e/ou perversas).

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16 Junho 2005

A TECNOFANTASIA TEM ESTE SABOR. Vejam.

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15 Junho 2005

QUANDO UMA CRÍTICA tem mais do que merece. Esta co-ganhou o Ditmar de 2005. É sobre um filme de rara sensibilidade, cuja realizadora se tinha aventurado por águas mais turvas. Aparentemente a interpretação de Robert Hood da história como tendo fantasmas valeu-lhe um prémio. Não só o transrealismo passa incompreendido, como fico com esperanças de ganhar o Pulitzer de observar os produtos do João César Monteiro como incursões ao País de uma Mente insana.

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07 Junho 2005

PORTUGAL MODERNO, transformado depois da notícia da quinta de energia marítima, surge agora a transformação deste pequeno paraíso no Alentejo. Que atitude a ter? Euforia ou desespero?

MINAS S.DOMINGOS.jpg

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06 Junho 2005

OPINIÕES são por vezes importantes, outras de ocasião. Embora com algum fundamento...

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04 Junho 2005

EXPECTATIVAS. Por vezes não muito claras e frustram. O que dizer de Lint, de Steve Aylett? Que poderia ter sido um pouco menos Woody Allen e um pouco mais criativo na crítica/descrição dos tempos iniciais da FC americana? Apresentar cameos dos famosos e inventar rumores inauditos? Tudo aquilo fica aquém do que poderia ser (mas que só se percebe ao ser lido), apesar de algumas frases excelentes e que poderei partilhar. Mas é daqueles livros que dá medo pousar, pois sabemos que não voltaremos...

E se tivesse sido um pouco mais assim:

Terá sido a ficção científica, e não o movimento revolucionário, o principal responsável pelo derrube da ditadura em Portugal.

Esta tese arrojada é-nos apresentada em Do Espaço às Armas: a influência política da cultura fantástica em Portugal, o livro mais recente do historiador António Villabuena. De acordo com o seu jeito muito próprio de abordar a história segundo perspectivas radicais, com que nos tinha habituado em Os Descobrimentos como Compulsão Sexual e O Ópio na Corte de D. Carlos I, Villabuena revê as três últimas décadas, muito movimentadas a nível político, à luz de uma literatura considerada demasiado popularista ou escapista para ter relevância política.

Muito pelo contrário, segundo afirma o início do livro, que nos introduz de imediato Hildeberto Martins, aliás Jim Brazil, sobejamente conhecido pelas aventuras do General Ferreira e do seu Batalhão Temporal, os bravos defensores do espírito e português e da pátria lusa através dos tempos. Natural de Chaves e filho de agricultores, Hildeberto perde o pai em tenra idade, desaparecido em combate em terras de França na Primeira Guerra, e é forçado a seguir a mãe e o padrasto para Minas Gerais, onde passará a maior parte da juventude. Estes dois factores - a condição de órfão e as terras mágicas do Brasil - irão influenciar em muito a sua visão do mundo, e por consequência a escrita. Mesmo na fase final da sua carreira, irá descrever em À Descoberta dos Inuandos a exploração de um planeta de extrema beleza e verdura, um paraíso desconhecido na cartografia espacial, cujo povo cultiva a boa disposição e a alegria de viver, atraindo os exploradores para a cultura, antes de se descobrir que esse povo pratica o patricídio. Uma revelação dorida e pouco subtil da forma de pensar de Hildeberto, que consegue resgatar uma história tradicionalmente pulp da banalidade.

Hildeberto acabará por ingressar, ainda jovem, na marinha mercante, na qual conhecerá o mundo e, muito particularmente, Nova Iorque dos anos 30, destino comum da rota que então servia. Aqui encontra a literatura pulp americana, que imediatamente o fascina e da qual se torna ávido devorador. Segundo Villabuena, Hildeberto ficará conhecido pela epítome "o armazém de livros", pois chegará a acumular na sua cabina cerca de oito mil títulos adquiridos ao longo dos anos e que se recusava a abandonar em viagem. Entre as revistas encontrava-se Astounding, firme nas mãos de John Campbell, uma das principais referências mais tarde.

Numa das suas estadias em Lisboa, acaba por sofrer um acidente que lhe vai custar a perda de um pé, terminando assim a sua carreira marítima. Fica a recuperar na zona da terra natal, em casa de familiares distantes. É forçado a vender a colecção literária para sustento a uma família inglesa da zona, com quem irá iniciar uma relação de amizade e depois de casamento. Será a mulher, Mathilda, filha do patrono, quem lhe irá sugerir que traduza e publique aqueles mesmos livros. Nascia assim a saudosa Colecção Imaginação. A colecção rapidamente conquistou os corações da juventude portuguesa, em tempos de Segunda Guerra Mundial e grande incerteza face ao futuro. Foi um sucesso de vendas tão grande que em menos de um ano Hildeberto contratou dois tradutores a tempo inteiro, para conseguir publicar um livro por mês. Dominavam obras de Matheson, Heinlein, Doc Smith, Williamson, os grandes autores do pulp - e já não tão pulp - americano.

Questões relacionadas com a capacidade de obtenção de direitos de publicação, dificultadas pelo posicionamento nacional de favoritismo disfarçado às forças do Eixo, e pela presença excessiva de autores americanos começaram a sensibilizar Hildeberto à relevância de diversificar as suas escolhas, naquilo que Villabuena identifica como a primeira manifestação política deste tipo de literatura. Será então que lhe surge o romance de Amílcar de Mascarenhas, publicado em Angola, e com este uma ideia: de escrever as histórias que publica, e assinar com nome português. Mas Hildeberto não conhece autores, e mesmo Amílcar de Mascarenhas recusa o convite, amavelmente, para continuar a saga. Resolve assim escrever ele próprio e assinar com pseudónimo.

Muito se escreveu já sobre o plágio evidente de Hildeberto nos primeiros tempos, e Villabuena não esconde isso, mas contextualiza a razão porque pareceu necessário que existisse. Hildeberto não tinha experiência de escrita, precisava de publicar e tinha a censura à perna. Ser-lhe-ia difícil conseguir de outra forma que não apropriando as obras que continuava a traduzir e publicá-las com alterações, como se escritas por portugueses.
A evolução destas alterações constitui um dos subcapítulos mais interessantes do livro de Villabuena, e está cheio de exemplos divertidos. Hildeberto começa por adaptar apenas os nomes e os lugares dos livros (Null-A e Slan, de Van Vogt), atribuindo-os a lugares no país e nas colónias, tornando portugueses os personagens. Em breve, por verificar que não há grande distinção entre a história original e a adaptada, alarga o leque de modificações, e se a história tinha lugar no Midwest americano, passa a ter lugar no Ribatejo, os cowboys tornam-se toreadores e criadores de gado, e as próprias histórias ganham personagens tipicamente portugueses. Hildeberto aproveita todo o seu conhecimento das viagens marítimas e dos lugares estrangeiros, e consegue enriquecer, em certos casos, a estranheza dos territórios desconhecidos. Finalmente, as diferenças são tão grandes, em termos de estilo, personagens e enredo, que se pode afirmar que as obras são originais, talvez vagamente inspiradas em outras.

É um trabalho árduo. Hildeberto consegue produzir duas adaptações por mês, o que significa que num estado avançado da colecção estava a escrever dois romances originais, ou seja, quatrocentas páginas de manuscrito. E escrevia sobre tudo: novas tecnologias, primeiro contacto, viagens espaciais, batalhas. Todos os temas que estava de certa forma impossibilitado de publicar com liberdade.

Podemos dizer que a ficção científica portuguesa terá nascido com Hildeberto Martins.

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03 Junho 2005

WHERE AM I? Hoje, na Biblioteca Bento de Jesus Caraça, pelas 21.30, para falar sobre a Ficção Científica em Portugal.

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Ficção Científica e Fantasia em Português