Exposição Prolongada à Ficção Científica  

   um blog de Luís Filipe Silva


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15 Maio 2012

Uma Lembrança Vívida de Angela Carter esconde esta perspicaz observação:

Once she’d chosen to dispense with most of the apparatus of what she called «real novels» of the sort in which «people drink tea and commit adultery», narrative was what remained: the beating, often bloody heart of her argument. It was the simplest of strategies, a return to the storytelling of childhood and to oral traditions that began «before there was such a thing even as writing», but in the later 20th century it was also something of a high-wire act, risking bathos on the one side, forced extravaganza on the other.

Ou não afirmasse Carter que «our lives are all about our childhoods», algo que não precisa de explicação e nem de consentimento.

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14 Maio 2012

Uma Sensação de Desalento Há Mais de 40 Anos, ou, Então, Como Agora:

Infelizmente, o acanhado meio editorial do nosso país não permite grandes esperanças de profissionalização e os escritores, ou nascem em berço de ouro e podem dedicar-se inteiramente à sua vocação ou não têm essa sorte e são obrigados a um labor quotidiano após o qual, ou não têm tempo ou qualquer vontade, qualquer réstea de inspiração, se perdeu nessas horas de trabalho-sobrevivência. Daí, resulta necessariamente uma produção incerta - em qualidade,  não em quantidade, entenda-se.

Da introdução do organizador Lima Rodrigues ao conto «Destruição» de Hélia (Maria Helena Sotto Baptista Brito de Sousa), na antologia Terrestres e Estranhos (1968).

Contra-argumento apenas neste ponto: a incerteza da produção implica a inexistência de prazos, e logo de público, e por conseguinte de uma vivência diária, obcecada, com o discurso literário. É tão difícil, nestas circunstâncias, atingir a qualidade como a quantidade. Mas eis um debate interessante para futuras ocasiões.

(PS - o editor termina a referida introdução com o seguinte apontamento, o qual não deixa de ser desconfortável no contexto em que se insere: «É de suspense e terror o conto "Destruição" que dela apresentamos; e curto, como Hélia gosta. Não é de modo algum o seu melhor, mas raramente um coordenador de trabalhos deste género consegue o melhor de cada autor e nós não somos, infelizmente, excepção.»)

ACTUALIZAÇÃO 16-05-2012: O referido conto pode ser encontrado aqui.

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12 Maio 2012

Já Se Encontra Disponível para leitura o número 12 da revista Bang!, que contém o meu texto sobre os livros de todas as vidas, «Rosebud», que é o engano de si mesmo. Destaque para os textos de Macedo, Soares e Seixas. Destaque também para o conto de Peter Watts, que seria um trabalho de excelência literária se tivesse usado o conto de Campbell como referência ao invés do filme de Carpenter.

Deixo uma errata: as legendas das capas dos livros na página 71 deveriam ser, para os Sonhos de Einstein: «Não passamos de um sonho do Tempo», para o Blade Runner: «Vi raios-c a brilhar no escuro junto ao portão de Tanhauser». E já agora, uma subtil revisão no verso de Cummings (p. 70): «(pois deus ama raparigas e o amanhã e a terra)».

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