Exposição Prolongada à Ficção Científica  

   um blog de Luís Filipe Silva


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09 Agosto 2009

Em Tempos, Ocorreu-me A Criação de um termo diferente para designar a Ficção Cientifica, ou melhor dizendo, uma particular variante desta, vocacionada para a representação do impacto da tecnologia no ser-se humano, a que chamaria de TecnoFantasia, e lhe daria um manifesto. O propósito inicial, contudo, não encontrou parceria no mundo real, e se me tivesse cingido a explorar esse tema, este blogue estaria repleto de artigos de filosofia e sociologia e não de Ficção Científica. Porquê? Porque a quase inexistente FC publicada em português implicaria uma escassez de referências. Uma década de fantasias escapistas sobre Jovens a Quem a Grandeza é Prometida Sem Esforço que se tornaram sucesso de vendas, ou no mínimo, se traduziram numa garantia de público, não têm ajudado a limpar a reputação da FC e a convencer os editores de que vale a pena apostar neste cavalo.

Em grande medida, é uma questão de marketing e não de preferência, pois a FC, enquanto processo de antecipar um futuro e pensar nas consequências dos nossos actos colectivos, invade-nos todos os dias, desde o planeamento estratégico empresarial às análises básicas de telejornal - e também na literatura, nos romances populares vendidos como thrillers ou espionagem ou outra designação. Qual odor inefável, a classificação de FC enquanto tal não ajuda à colocação nem à promoção do livro, e em muitos casos parece afastar uma fasquia de público ao qual estaria, precisamente, vocacionado.

Este artigo de Kristine Rusch aponta para igual direcção e faz eco de algumas das minhas opiniões, embora não consiga ficar tão igualmente impassível perante o desaparecimento do género enquanto tal. Creio que disseminar o factor futurista pelas restantes ficções sem um núcleo central é desprovi-lo da pureza dos princípios - essencialmente, o que é a especulação e como a apresentar literariamente. Demorámos décadas a chegar à conclusão que os universos da FC se introduzem discretamente, sem explicações directas mas por via das insinuações e da subtileza, e deitar por terra todo este esforço seria uma perda imensurável. Além de que obrigaria o público de FC, o público efectivamente viciado nesta forma literária, a procurar as suas doses de forma diluída - e logo insatisfatória - em romances mais preocupados com os procedimentos judiciais, demandas religiosas, relacionamentos amorosos, mensagens políticas/sociais - em suma, romances menos preocupados com a FC do que com a sua mensagem (de certo modo) umbiguista.

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08 Agosto 2009

Uma Visão Textual da Festa que decorre no outro lado do planeta, e nós cá, no meio da rua, encostados a espreitar à janela e a saudar com latas de cerveja vazias.

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