Exposição Prolongada à Ficção Científica  

   um blog de Luís Filipe Silva


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15 Setembro 2008

O Mundo Ficou um Pouco Mais Pobre. No dia da primeira ameaça do grande colapso do mundo ocidental, Richard Wright, um dos fundadores dos míticos Pink Floyd e o rapaz encarregado das teclas, sucumbiu ao cancro. Depois de uma existência conturbada na fase Roger Waters da banda, o grande génio-incontestável-com-quem-não-se-brinca, levando ao próprio despedimento do grupo em plena gravação do The Wall e abandono durante o Final Cut, Wright acabaria por ser re-integrado durante a posterior fase Gilmour, pois, afinal, os anos também pesam e as desavenças deixam de fazer sentido. Dia 3 de Fevereiro de 2006 seria a última vez que tocaram juntos, em Londres, para o Live 8. Para sempre, ficará Dark Side of the Moon como o grande, último álbum de uma banda que mudou a face do rock sinfónico e a importância da música enquanto veículo narrativo e de crítica social, o álbum no qual ficou de facto um pedaço de cada um e de todos.

Wright performing in 2006

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14 Setembro 2008

Lá Em Casa Não Se Brinca. Se não conhecem Joe Hill, não sabem que ligação tem com Stephen King. Se não leram A Caixa em Forma de Coração, não ficaram intrigados com o forte subtexto de rebelia filial ou de quase renegação do património herdado subjacente à proposta narrativa. O facto de ter especulado sobre o assunto contribuiu decerto para ficar com a pulga atrás da orelha ao deparar-me com a seguinte frase em Duma Key, escondida inocentemente no meio de uma conversa entre o protagonista e uma das suas três únicas filhas:

«Não faço ideia do que será ter-se filhos rapazes, mas estou certo de que não será tão recompensador - ou sequer agradável - como ter raparigas.» 

Comentário inocente ou um desabafo de pai frustrado? King sempre se revelou através da escrita (e tornou-se assustador - pelo menos para mim - o número de personagens masculinas de cinquenta anos que nos romances mais recentes dele afirmam contemplar e planear, com a maior das serenidades, o suicídio, como se fosse um pedido de ajuda literário perdido em tomos de mil páginas a aguardar que percebam, a alternativa discreta à Amy Winehouse). O facto de este comentário de narrador surgir despropositadamente quando o protagonista conta à filha que será alvo de uma cerimónia em honra da sua recém-descoberta veia artística e que esta se prontifica logo para estar presente e divulgar o facto... Hmmm. Sei, não. Que vos parece?

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