Exposição Prolongada à Ficção Científica  

   um blog de Luís Filipe Silva


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15 Setembro 2007

DE VEZ EM QUANDO o mundo real merece uma menção neste blog. Eis ciência em acção. O meu entendimento enquanto leigo de física aponta para algo semelhante ao mecanismo da electricidade estática - acumulação de energia seguida por descarga súbita (espero não estar muito enganado). O que não entendo é o fascínio do professor (e de tantos professores) por acetatos desenhados à mão e projectores de luz simples. Será que no mundo dele não existem powerpoints e projectores ligados a computadores portáteis? Ou será que, como nas nossas escolas públicas, há uma imensa falta de financiamento básico (aliado ao que entendo ser uma falta de visão para o potencial das novas tecnologias)?

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12 Setembro 2007

ESTE BLOG NÃO ESTÁ À VENDA EM NENHUMA BERTRAND.  Como consumidor, tenho dificuldades a adquirir seja o que for na lojas Bertrand. A maior parte destas são pautadas por uma desarrumação incompreensível da mercadoria, tratando os livros como caixas de batatas, assim aos montes, sem consideração por géneros, interesses, necessidades, procuras sazonais. Sem falar no incompreensível odor bafiento que estes espaços em alguns centros comerciais (Colombo, Cascaisshopping) me impedem de passar mais do que alguns minutos a olhar as novidades (será que os empregados não sentem?). É triste pensar-se que se tem um quase monopólio, e é ainda mais triste o facto de realmente haver poucas alternativas com tão igual nível de penetração nacional - a Fnac não chega para tudo. Agora o grupo, para compensar as suas inadequações (o mais irrisório empregado de uma cadeia como a canadiana Chapters-Indigo beijaria o respectivo crucifixo ao entrar numa das lojas, certamente para se proteger contra o mau-olhado da incompetência) e manter a margem de lucro, está a passar mais uma parcela de custos para os editores. Como se a culpa de livros não se venderem fossem unica e exclusivamente de quem os produz. Bem diz o Nuno: como consumidor, temos escolha. Alio-me no boicote às compras em espaço Bertrand (que também já não eram muitas, pelas razões mencionadas), até mais ver. Neste aspecto, ainda bem que nos regemos por uma economia de mercado. Só podemos proteger a indústria literária se acarinharmos quem a faz: os editores, os tradutores, os autores. Os distribuidores (nos moldes como funcionam no nosso país) pouco ou nada contribuem, e nesta era de encomendas por internet até diríamos que atrapalham, pois os correios têm um serviço melhor, mais personalizado e mais barato. E ao invés de remunerarem o autor pela obra ou o editor pela coragem, estão a dar dinheiro - sempre que compram numa livraria normal - à malta dos camiões e dos armazéns. Não me levem a mal, o que está em causa não são as tarefas individuais, que são dignas e meredoras de respeito como todas as restantes - mas como indústria, e face ao que contribuem para o produto final, não merecem comer a maior fatia do bolo.

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