Exposição Prolongada à Ficção Científica  

   um blog de Luís Filipe Silva


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19 Julho 2007

E NUMA CONFIRMAÇÃO DE SINCRONICIDADE do mundo, face à discussão que na zona de comentários mais abaixo se conduz sobre a natureza da literatura e da adaptação cinematográfica, surge este pequeno comentário que reflecte uma parte (mas não a totalidade) da realidade da escrita moderna. Este fenómeno surge já em Portugal, com a proliferação de novos autores que por via de pequenas editoras, e outras não tão pequenas como a Oficina do Livro, nos têm tentado transmitir o romance-enredo - invertendo a tendência dos autores das editoras ditas consagradas, cujo brasão eminentemente literário impõe um estilo elaborado de contrução das frases e das cenas, e uma escamoteação intencional da pontuação (como se o que justifique o valor de uma obra seja a falta de pontos finais, o corte abrupto e excessivo das frases a meio, a narração cadenciada... sou apenas eu que sinto que o nosso meio está cheio de imperadores desnudos em manifesta exibição pública a tentar esconder um forte desespero?). Nos Estados Unidos, a vitória, nem que seja apenas pelo volume de edições, pertence sem dúvida à escrita fácil, visual, simplória, que nem uma boa história consegue salvar.

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18 Julho 2007

PROPOSTA DE FICÇÃO. Considerem um par de sóis presos numa dança gravitacional. Ambos encontram-se na fase decadente do ciclo de vida, um deles praticamente consumido, o outro mantendo uma extensa camada de hidrogénio em permanente fusão que no entanto rodeia um núcleo duro e relativamente mais frio. A órbita mútua mantêm-os próximos, de forma a que periodicamente o sol mais brilhante entra em convulsões, expelindo parte da matéria que o compõe, a qual é então capturada pelo companheiro e consumida, fazendo-o retornar por algum tempo a uma pálida semelhança da luminosa glória de outrora.

Este inconsciente acto de generosa abnegação acontece a cada dez mil anos, um mero batimento cardíaco na duração do universo, e apenas fará com que o sistema termine a sua participação na noite estelar mais rapidamente. O destino do par é evidente e incontornável.

Considere-se agora a existência de um ou mais planetas naquele sistema binário - suficientemente próximos para que a fraca energia emitida dinamize processos químicos conduzentes à vida, e também suficientemente distantes para não se serem perturbados pelas atracções gravitacionais dos astros e acabarem a existência num mergulho de encontro a um dos sóis, ou sendo expelidos para o frio e imenso espaço exterior.

Considere-se que é possível acelerar o desenvolvimento de uma qualquer ecologia ou sistema autónomo para coincidir com o período destes dez mil anos, de forma que, antes da próxima libertação de matéria pelo sol brilhante, esta consiga atingir e manter um nível de maturidade biológica que sirva o propósito dos criadores.

Considere-se igualmente que a próxima convulsão estelar irá cobrir os planetas com fortes níveis de radiação e matéria em brasa, capazes de não só destruir a ecologia respectiva em poucos instantes como eliminar todos os traços de que tivesse existido.

Que melhor sítio encontraria uma civilização avançada para esconder o desenvolvimento de uma nova e secreta arma?

(Estreia em Novembro.)

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