Exposição Prolongada à Ficção Científica  

   um blog de Luís Filipe Silva


Encontra-se em modo de artigo. Para ver as outras entradas vá para a Página Inicial ou Arquivo, no menu da direita.

19 Setembro 2006

A NOVA REVISTA ONLINE New Ceres (cujo conteúdo do número de lançamento é gratuito, mas aparentemente não os próximos números) assenta numa divertida ideia: vai dedicar-se exclusivamente à exploração, mediante ficção e uma wikipedia, de um mundo ficcional situado a 20 anos-luz da Terra. Se estudarem a história da conturbada colonização, irão encontrar uma luta renhida pela independência do planeta (USA, anyone?). Nada na concepção do mundo indicia ideias originais - ou seja: a estrutura da sociedade daqui a 300 anos e a 20 anos-luz da Terra é praticamente igual à nossa: exércitos, poder concentrado (uns mais democratas, outros menos, como na nossa quintinha planetária), mas em geral idêntico status quo ao que foi idealizado em França no despontar das guilhotinas e conquistado à força pela crescente pressão da classe média em derrubar a nobreza. O que considero interessante é o estilo da sociedade, a mistura de um tempo vitoriano com um certo barroco francófono, patente no conto de Tansy Rayner Roberts, Scandal At The Feast of Saturn, que se pode ler em versão áudio ou texto. Daqui se prova que a pobreza do conceito pode ser salva com a adequada mistura de elementos retrógados e menções tecnológicas, numa desorientação cultural/temporal que funciona muito bem na TecnoFantasia.

(P.S. - também existem lulas... creio que se está a tornar numa moda...)

[Link Permanentedel.icio.us  technorati  digg  facebook  reddit  google

19 Setembro 2006

UMA ENTREVISTA ESSENCIAL (infelizmente, envolta num grande nível de pessimismo e depressão) com Brian Stableford, sobre a situação da sua carreira, perpectivas sobre a sua obra e comentários gerais sobre o género. Um par de citações que dariam azo a vários dias de debate:

«Stories require things to go wrong in order that they can be put right again, thus providing a basic pattern of challenge and climax and a satisfactory sense of closure. Many writers do, of course, find the prospect of progress innately threatening--it's difficult for anyone ever forty to adopt any attitude to the future except terror or denial--but I'm more concerned with the way that the very nature of fiction favours story-arcs that afford a tacit privilege to the status quo, representing all innovation as evil simply because that's the easy way to make a story gripping. Morally responsible futuristic fiction--which, of course, excludes all cinema and TV "sci-fi" and most printed sf--needs to find a way of steering around that problem.»

e:

«The fraction of sf that belongs to popular culture is essentially mindless--not merely stupid but sociopathic--while the fraction that harbours serious thought is way out on the fringes of unpopular culture. Hopefully, there will always be heroic writers willing to work on that frontier, but as a marketing category, sf will continue to go exactly where it's been headed since the term entered common usage: nowhere.»

A acompanhar a entrevista, uma história inédita: An Oasis of Horror.

[Link Permanentedel.icio.us  technorati  digg  facebook  reddit  google

Site integrante do
Ficção Científica e Fantasia em Português