Exposição Prolongada à Ficção Científica  

   um blog de Luís Filipe Silva


30 Dezembro 2007

O TERRITÓRIO DA FICÇÃO CURTA DO GÉNERO e a sua relação com as antologias que seleccionam anualmente os melhores contos e noveletas publicados no ano anterior reflecte, até certa medida, o equilíbrio difícil da existência na Península das várias comunidades autóctenes antes da chegada dos romanos: conturbada, independente, e de difícil consenso. Os romanos trouxeram a paz e harmonia, forçando o jugo imperial de uma única administração, economia, sistema tributário e língua aos vários povos ibéricos, tal como estas antologias pretenderam traçar um caminho na multiplicidade de histórias e tendências com que cada numero de cada revista ou colectânea vem agitar as águas da FC.

Decerto que dos romanos não teria sido a solução da Comunidade Europeia, nem possivelmente veriam com bons olhos a necessidade de efectuar compromissos com outros povos e não haver liderança bem definida. E de facto, durante a sua existência, a Península passou por um período focado de crescimento e prosperidade. E estava demasiado longe da capital de império para se preocupar muito com um apertado controlo administrativo. Aliás, a condição isolada da Península viria a afectar inclusivé os árabes, séculos mais tarde, a tal ponto que foi necessário o envio de uma delegação do norte de África para repor a cultura no «bom caminho»...

A hegemonia parece ser uma condição sine qua non das sociedades humanas, e isso sente-se até na determinação do que é, anualmente, o melhor que se publica em termos de fantástico internacionalmente.

Aqui a hegemonia é sem dúvida norte-americana, e para sermos específicos, mais estado-unidense que canadiana. Todos os anos é publicado um conjunto de volumes que proclamam defender, sob determinados critérios, o que consideram ser os melhores contos e narrativas curtas publicadas no ano anterior - em inglês, obviamente, e apenas as que chegaram às mãos dos editores respectivos.

De longa data, uma das mais imperiosas, em todos os sentidos, tem sido a de Gardner Dozois, que em 2007 chegou ao volume 24. Densa, gigantesca (700 páginas em letra miudinha), tem-se imposto como a única antologia capaz de apresentar uma apreciação lata do género, em particular nas categorias de noveleta e novela, algo com que as restantes, de menor dimensão, não são capazes de competir. De igual forma, Dozois, durante décadas editor da revista Asimov's antes de a abandonar por alegado cansaço, tem marcado o género com o seu gosto peculiarmente literário, com grande ênfase no estilo e do desenvolvimento dos personagens, ao invés da história limitada a discursar sobre engenhos e invenções - por outro lado, a ciência e o racionalismo marcam presença forte, e na medida do possível, é ficção científica, e não fantasia, o género mais definido e vincado nas histórias seleccionadas.

O que não significa que a qualidade seja uniforme. Ou pelo menos, que a ficção curta, até certa medida, não esteja em crise enquanto veiculo para contar histórias interessantes, especulativas, emocionais ou perturbadoras - e quando falo em crise, não é do formato em si, mas do respeito que os autores lhe têm dado, nesta época de romances e trilogias épicas de milhares de páginas, e de histórias pouco originais.

Das quatro últimas histórias do Year's Best deste ano (porque uma forma diferente de abordar um livro grande é subvertê-lo e começar do fim, desfazendo a orientação subliminar que o antologista teria colocado na ordenação das histórias), apenas uma se destaca como tendo merecido a selecção neste conjunto, e eventualmente sequer a publicação em livro. As restantes deixam muito a desejar.

«Nightingale» é uma novela de Alastair Reynolds, na qual, num universo traumatizado por séculos de guerra, um conjunto de mercenários são convocados para resgatar um dos maiores crimonosos de guerra de uma nave-curandeira. Quer o criminoso quer a própria nave eram considerados perdidos ou destruídos, até recentemente ter sido descoberta a verdade. A missão é então uma de justiça e vingança: descobrir a nave-curandeira, forçar as suas defesas, penetrar no interior e retirar o criminoso para o levar perante os tribunais - ou acabar com ele, se não for possível.

Uma história que nos faz lembrar do impacto emocional do Heart of Darkness, ou da excitação do filme Aliens, certo? Uma incursão perigosa num território desconhecido, onde as surpresas são fatais e a desatenção pode comprometer o objectivo. Material para uma grande história, semeada com algumas interrogações sobre a natureza da Besta e do seu rosto...

Infelizmente, Reynolds não consegue lidar com a promessa do material, recorrendo a uma prosa sensaborona, à pouca imaginação dos desafios e dos perigos colocados à expedição, a uma completa falta de engenho na condução de uma história de suspense, e terminando tudo com um desfecho pouco convincente. A tal ponto que durante a leitura, ocorreu-me continuamente como aquele cenário, seria material para a concepção de um filme bastante interessante, mas com uma história diferente, bem escrita. Aparentemente esta história baseia-se fortemente no universo do ciclo Revelation Space do autor, mas se ter conhecimento deste melhora a experiência da mesma, não esconde o facto de que, isoladamente, não funcionar como devia. 

«The Town on Blighted Sea» de A. M. Dellamonica não melhora a sensação, e num cenário de convívio entre humanos e terrestres, de novo perturbado pelos traumas de de pós-guerra, apresenta uma história de assassinato e prazeres ilegais que parece saida de um filme do Steven Seagal.

«Every Hole is Outlined» decorre numa nave de transporte de mercadorias capaz de sobreviver a gerações de tripulantes, quase como se fosse um mundo isolado. Neste universo a escravatura voltou a ser uma opção vigente em determinados planetas, e por virtude do falecimento da companheira do matemático da actual tripulação, ele próprio já de idade avançada e necessitando de passar os conhecimentos a outro elemento, decidem adquirir uma escrava num dos mercados e convencê-la a trabalhar enquanto companheira dele em troca da sua liberdade. O segredo do matemático é que vê fantasmas (sim, fantasmas) a bordo da nave, e em breve ela também os vê. Saltando de cena em cena sem qualquer traço de emoção, eis uma história que se queria emotiva e sentimental, mas que foi escrita com o lado racional do cérebro. John Barnes, pela sua experiência como semiótico, consegue traçar universos estranhos e diferentes do nosso, mas talvez porque segue o raciocínio e não a intuição, estes universos nunca chegam a ser realmente perturbadores e interessantes. Ou então é incapaz de contar uma história. De qualquer forma, mais uma leitura que não acrescenta nada à vida.

Um pouco de redenção surge finalmente com «Okanoggan Falls», de Carolyn Ives Gilman. O que parece ser mais uma história sobre uma invasão alienígena e o trauma do pós-guerra, em particular quando os alienígenas decidem eliminar um punhado de vilas do interior dos EUA para seus próprios fins (um resort de areia, como descobrimos mais adiante) torna-se subtilmente (embora perca bastante da originalidade quando começa a copiar elementos das Pontes de Madison County) numa versão muito feminina de um contacto humano com um extraterrestre. Salpicado com as banais considerações de uma mulher casada de como em muitas formas um marido é semelhante a um ET, a força do conto encontra-se na descrição da vida rotineira de uma pequena vila americana e de como é forçada a reagir às mudanças impostas pelo mundo exterior - e consegue, por momentos, o difícil feito da suspensão do descrédito quando apresenta a perspectiva do outro face ao nosso mundo, à nossa espécie, aos nossos corpos. O final não representa uma conquista com explosões e domínio de poder, mas uma conquista do sentimento, uma mudança de perspectiva - é, neste sentido, um fim absolutamente feminino, e nele revela-se a verdadeira história.

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27 Dezembro 2007

QUE PREDOMÍNIO É ESTE, O DA FICÇÃO CURTA? Não só os convites para escrita se têm referido a participações em antologias (e destes já deixei passar um em que realmente queria estar incluido, por várias razões, mas cujo resultado, por mais voltas que lhe desse, e foram muitas as voltas, não me estava a satisfazer, e participar com qualquer coisa acredito ser uma pior falta de respeito a quem lança o convite - interessantemente, creio haver ali possibilidade de romance), como numa recente viagem aos territórios norte-americanos (grande razão pela qual este blog tem estado calado) retornei de mala cheia com antologias de toda a espécie, desde o Best American Fantasy editado pelos VanderMeer, os inevitáveis Best of do ano, uma fabulosa colectânea de M. Rickert chamada Map of Dreams, uma antologia sobre a New Space Opera, a European SF Hall of Fame onde o João Barreiros marca presença e yours truly é mencionado, e outros, sendo que a presença do romance é marcada por um livro do Stross, pelo Crystal Rain do Thomas Bucknell, pelo fabuloso Counting Heads do Marusek (olha eu prá'qui, lançando referências como se toda a gente soubesse a que me refiro), e uma dúzia de livros em segunda mão que encontrei a dois dólares (sim, dois!) nas prateleiras...  ah, grande mercado dos livros usados e dos descontos de final de edição, quando é que aprenderás, ó Terra Tuga? Da panóplia de compras - que nem foi exagerada, desta vez - destaca-se a excelente biografia de Alice Sheldon, que não só é uma referência obrigatória para a compreensão de uma das melhores autoras do género, como é um exemplo a seguir em termos de biopic e de qualidade na escrita de um ensaio, fornecendo uma perspectiva bastante elucidativa e integral sobre o processo de gestação de um autor complexo desde a tenra idade. Uma vez que a autora pouca obra tem publicada entre nós e possivelmente não será reconhecida pela comunidade feminista portuguesa, duvido que vejamos este livro publicado nas próximas décadas...

Double Life of Alice Sheldon cover

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05 Dezembro 2007

O PRESIDENTE DE UMA DAS MAIS IMPORTANTES linhas editoriais de ficção científica e fantástico norte-americanas tece um conjunto de observações interessantes sobre a relação entre o trade paperback (livro de capa cartonada com o formato mais comum que hoje em dia se pode encontrar nas lojas) e o paperback (o saudoso livro de bolso que tem passado por um conjunto de tentativas para reimplantação no mercado). O negrito da citação é meu.

Trade paper has never done better for us. It’s been growing steadily for years and it’s certainly nice to see two of our books on nationally respected trade paperback bestseller lists in any one week, but I am worried about mass market. So much of mass market is impulse and impulse is so important to the creation of new readers. The person buying a book from a wire revolving rack in a drugstore as he waits for a prescription, the person who buys a book from an attractive in-line display in a supermarket, in a shop in the hotel lobby, or at a newsstand in an airport or a train station is not necessarily a committed and regular reader. But numerous surveys have shown that if you please them often enough in impulse situations a meaningful number will be converted. These impulse sales are an important part of our outreach and we need to be sure there is a selection which will tempt that consumer. Nielsen surveys have shown science fiction and fantasy as high as 12.4% of fiction sales. If no science fiction is displayed a significant number of potential customers may not be tempted, the same is true of many other categories and in each case new readers will be lost.

A perspicácia desta abordagem é a compreensão do facto de que as pessoas são atraidas pelo que gostam (não poderia haver falácia mais simples...), mas que esse gosto, se devidamente recompensado, poderá levá-las a fazer uma transição do sentimento para o acto na forma mais lata. Ou seja, a mera presença de ficção científica e fantástico, ao captar aqueles novos leitores que se interessam pelo tema com obras de qualidade, interessantes e bem produzidas, incentiva-lhe o gosto pela leitura, ajudando o crescimento global do mercado. Vender o género não pelo historial dos números e para o mercado existente, mas ao mercado que ainda não descobriu que o é. E para isso precisamos de livros extremamente baratos e de difusão alargada, que os livros de bolso costumavam ser. Precisamos de livros que custem, no máximo, 9.99 euros, para não se ultrapassar a barreira psicológica da nota de 10 euros - e de preferência, menos do que isso, de preferência apresentarem metade do preço normal de um trade paperback. Não sei até que ponto as actuais iniciativas do nosso mercado têm tido sucesso (e de novo, continuo a defender que, por muito sã que seja a decisão de publicar clássicos, não são estes que vão dinamizar o mercado...), mas não lhes encontro o dom da ubiquidade - nem, se a memória não me atraiçoa, o condão do baixo custo. Ter livros de bolso em espaços livreiros do mercado português actual em concorrência directa com iguais títulos no formato maior, os quais dão ao livreiro maior margem e logo maior incentivo para vender, é uma forma muito directa de eutanásia do pequeno formato. Estes livros de bolso têm de estar onde as livrarias não chegam - às bancas de jornais, aos cafés, às repartições de finanças, aos bancos, às salas de espera dos consultórios... a todos os sítios em que possa haver um consumidor aborrecido e a perder tempo a olhar para o vazio. Pequenos expositores transparentes com dizeres apelativos a convidar a passar o tempo numa companhia agradável e de baixo custo. Selecção pensada e limitada, apoiada num processo de venda o mais simplificado possível, pois os funcionários do local não teriam a formação necessária para efectuar operações de tesouraria e por isso teriam de seguir um conjunto de passos explícitos e absolutamente directos. Poderia resultar?

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03 Dezembro 2007

A VOZINHA ESCOCESA do Darth Vader. Assim se vê como um líder precisa de uma garganta funda...

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02 Dezembro 2007

E NA SEQUÊNCIA DO VÍDEO ANTERIOR condivo-vos a conhecer esta conferência do famoso Steven Pinker, que descobri há mais de dez anos através do livro The Language Instinct enquanto recolhia informação sobre a linguagem e o processo pelo qual comunicamos, e que eventualmente me permitiu descobrir Chomsky e Barthes e outros. A pesquisa foi efectuada para a elaboração do que seria o romance pós-GalxMente, uma história complexa sobre a (in)capacidade de contacto com seres extraterrestres que me levou a explorar formas alternativas de comunicação, conceitos como geografias de percepção e demais tolices que são tão caras aos autores quando se perdem nos meandros dos seus espaços craneais. Dele estão feitas cerca de 50000 palavras, que irei, talvez, rever um dia e dar-lhes uma forma que me agrade. Eis uma história alternativa.

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CHARLES STROSS em mais uma leitura pública, desta feita nas instalações do Google. Halting States, o romance mais recente, é uma obra sobre as comunidades de jogadores online. Neste universo obviamente imaginado (EUA) os autores fazem tours de promoção das obras, directamente ao público que melhor as apreciará. No nosso universo real, autores-celebridade aparecem em prime time para fazerem queixinhas que um determinado crítico não gostou deles... And so it goes.

(Observação de autor: atentem no modo como Stross utiliza o recurso do narrador na 2ª pessoa, sempre muito difícil e arriscado de conseguir na ficção.)

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NA SENDA DOS AUDIOLIVROS, que estão a ser alvo de interessantes campanhas de marketing neste Natal (das editoras 101Noites e Boca, pelo menos), surgiu nos Estados Unidos esta tendência de produzir podcasts de leitura de ficção, que são basicamente séries de ficheiros áudio disponibilizadas regularmente na internet, em conjunto com uma lista de actualização que alerta o software de reprodução da existência de novos programas, e que se tornam, não só numa forma inovadora de constituir um canal de rádio bastante personalizado, como num meio adicional, e bastante íntimo, de divulgação de autores e livros. Ouvir livros falados não é para toda a gente, e há mesmo quem rejeite a ideia logo à partida - talvez não tenham sido sensibilizados para o facto de que, se alguns livros não podem nem devem ser lidos em voz alta, outros adequam-se naturalmente a este veículo, e perfeitamente ocuparão os momentos mortos nos transportes de e para casa. Na prática, em termos comerciais, o que se procura aqui é ultrapassar a barreira física do processo da leitura, e ocupar, com o consumo de ficção, as horas do dia em que a vista está ocupada mas a audição livre. Mais horas de consumo igual a crescimento do mercado? Assim se espera. Pessoalmente, tenho algumas ressalvas quanto à viabilidade das iniciativas mencionadas acima, não porque pense que os audiolivros não seriam aceites pelo nosso mercado, mas porque ainda não contemplam a definição do mercado, não investem decentemente em tornar o audiolivro cool. E certamente que não será pela publicação de textos clássicos (Pessoa, etc.) que isso acontecerá. Embora não quisesse cair na tentação da postura «se fosse eu, faria assim», a estratégia assumida parece-me ter falhas de abordagem tão óbvias que, se fosse eu, teria, em simultâneo com os lançamentos, produzido um podcast regular com excertos dos audiolivros produzidos e a leitura de textos pequenos e inéditos, mesmo se submetidos por autores desconhecidos. Teria criado um pequeno DN Jovem em formato áudio, e começar a dar apetência à geração actual de ler ficção pelos tímpanos. Demoraria algum tempo, obviamente, mas com os recursos correctamente aplicados, e com alguma criatividade, poderia tornar-se num espaço que, no decurso de um ano, tivesse um público de largas centenas de interessados. Sem pensar no facto de muitos ouvintes preferirem que as obras sejam lidas pelos próprios autores. E de que surgiriam pérolas criativas, fruto da vontade dos jovens escritores, quererem fazer mais e melhor. Explorar os limites das novas tecnologias, que dominariam. Mas talvez esta minha visão seja apenas, e mais uma vez, o fruto da minha fraca opinião da capacidade da nossa lusa cultura de aceitar inovações sem reservas. Fiquem-se com uma entrevista ao editor Stanley Schmidt, grão-mestre da Analog há mais de vinte anos, no site do Paul Levinson.

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25 Novembro 2007

O BLOGUE DE UM PORTUGUÊS com doutoramento, em curso, em Estudos Fílmicos na Universidade de Kent, que participará no livro Reading «Battestar Galactica»: Flesh, Spirit, and Steel com o ensaio «Getting Out of the Sci-Fi Ghetto?: Battlestar Galactica and Genre Aesthetics»: Sérgio Dias-Branco. Parece ser bastante interessante. Uma sugestão aos organizadores do Fórum Fantástico para o próximo ano? (nudge, nudge, wink, wink) [via Indústrias Culturais]

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24 Novembro 2007

O QUE O BRASIL TEM de bom (além do samba, sol, café, abacaxi, geografia imensa, riqueza de mitologias, a Amazónia, extensas praias e lindas mulheres...) é de continuar a apostar na ficção científica em língua portuguesa. Entre outros espaços de publicação, eis um que dura há bastantes anos: a revista Somnium. Publiquei nela um pequeno conto que não ficou na memória, há mais de 10 anos, e ainda a revista continua a dar pontapés e a tentar demarcar-se como um espaço importante no território literário. Nós devíamos tirar daqui uma boa lição. Pedem-me para divulgar, o que faço com todo o prazer: estão à procura de contos e artigos inéditos para o especial de fim de ano. Contos até 3000 palavras, artigos podem ser um pouco mais extensos. Ficção Científica e Fantasia, obviamente. Até 10 de Dezembro, enviem os vossos trabalhos para este email.

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