|
|
Miguel Valverde Juncal - Crítica | 23 Mai 2005
2. A Ficção Científica: definições
O que é a ficção científica? Existe um comum acordo entre os especialistas sobre a ausência de uma definição satisfatória do que é a ficção científica. Há muitas perspectivas que configuram o género. Vejamos definições tiradas de Barceló (1990):
A impossibilidade de definir o género pode ser explicado pelo feito de que este é um género em continuo processo de mudança das bases nas quais se sustenta. Nas narrações de ficção científica tenta-se responder à pergunta que sucederia se...?, isto é, à resolução de uma especulação imaginativa em que se analisam as consequências de uma hipótese extraordinária. Então, os elementos essenciais da ficção científica estão numa mirada de estranheza literária à vez cognoscitiva (com a intenção de apreender) e criadora; essa estranheza é o marco formal do género.
3. Breve História da Ficção Científica Portuguesa
A maior parte das obras de ficção científica situam-se sobretudo nos Estados Unidos, Rússia, os antigos países do leste próximos à Rússia, França, Grã Bretanha e Japão. Não vou aprofundar as características sociais, económicas e políticas depois da Segunda Guerra Mundial que tornaram possível a sua criação, mas é certa a afirmação de que este foi um género quase exclusivo nesses países durante muito tempo.
Portugal experimentou recentemente neste género, mas o êxito conseguido foi e continua a ser relativamente escasso. Em 1895 publica-se uma obra que inicia a etapa de proto-ficção científica portuguesa (antes da criação do nome do género em 1926): O Que Há-de Ser o Mundo no ano Três Mil, de Pedro Jose Supicco de Moraes (com a sua visão de uma sociedade futura). Este romance não tem seguidores até finais dos anos 30 em que se publica A.D. 2230, de Amilcar de Mascarenhas. É uma obra comprometida politicamente com o Estado Novo surgido em Portugal e tem características do género.
Página 2 de 9
Folhear
Autor:
Miguel Valverde Juncal
Textos:
Jorge Candeias fala de O Futuro à Janela, de Luís Filipe Silva
La Nausée II