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24 Jun 2008
Mais Que Perfeito
[texto de Francisco Norega] Numa época em que todos os grandes autores portugueses de FC vêem com muitos maus olhos o estado (e futuro) do género em Portugal, é bom poder dizer que ainda há esperanças.
Theodore Sturgeon, autor de seis romances e mais de duas centenas de obras de ficção curta, uma delas (a noveleta «Slow Sculpture» - publicada em português pela Livros do Brasil, na antologia
A Nave das Sombras) vencedora dos dois mais importantes prémios de literatura fantástica - o Hugo e o Nébula -, e reconhecido (postumamente) com o
Life Achievement Award do
World Fantasy Award, é um dos mais aclamados autores de FC no mundo anglófono, lado a lado com Heinlein e Asimov. No entanto, e ainda que editado pela Livros do Brasil (
À Luz das Estrelas) e pela Caminho e Ulisseia (
Mais que Humanos), é praticamente desconhecido em Portugal. A reedição do
More Than Human (desta feita traduzido para
Mais que Humano), vencedor do
International Fantasy Award, pela Presença, é a oportunidade de emendar essa falha no mercado português. Com uma edição cuidada - impressa em papel de qualidade, com uma aparente boa tradução e uma capa apelativa -, e não estando incluído em nenhuma colecção (o que evita que seja rotulado à partida como ficção infanto-juvenil), este clássico poderá, quem sabe, trazer novos ares à edição de FC em terras lusas. Quebrando as «tradições» da Argonauta, da FC de Bolso e da Nébula da Europa América, esta publicação poderá ser, ao mesmo tempo, o início da «regeneração» do género, um relançamento no mercado e a possibilidade de reconsideração dos leitores portugueses em relação ao mesmo. [
link] Digna de referência é também a inclusão do livro na secção de publicidade da Presença no nº 69 da revista LER, um investimento discreto mas de qualquer forma louvável.