Conceito de Luís Filipe Silva

Ficção Científica, Fantástico, Surrealismo, Realismo Mágico, Terror, Horror, Ciberpunk e História Alternativa - e por vezes, se fôr de excelente qualidade, ainda fechamos os olhos a um certo Mainstream...

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Lançamentos |  13 Jun 2008
O Que Preocupa os Portugueses
Estes autores explicam: as nossas preocupações são eminentemente religiosas. Em A Carne de Deus, também conhecido por Aventuras de Conrado Fortes e Lola Benites, desvenda-se uma trama que envolve a Maçonaria e um acto aparentemente secreto, que é o consumo da carne de Deus. Afonso Cruz, o autor, e a editora Bertrand, percorrem de mãos dadas os meandros desta prática, e um conjunto de lojas maçónicas, num estilo acelerado e cinematográfico (o autor trabalha em filmes de animação). Decerto que o livro explicará a nossa primeira dúvida: porque é um pecado comer a carne do Pai se o consumo da carne do Filho através da Eucaristia é um acto universal... Também preocupado com O Fim dos Tempos está Jaime Fernandes, e na previsão dele acontecerá já no ano redondo de 2020, no qual, de acordo com a capa, «homens considerados santos cometem actos demoniacos» (supomos que a revelação chocante desta frase promocional é que ainda há homens considerados santos). Nestes tempos finais, trazidos à estampa pela D. Quixote-Leya, o Vaticano e a Santa Igreja encontram-se em ruptura, e países de considerável peso no panorama mundial como é o caso das Filipinas tornam-se religiosamente independentes, o que é apresentado como uma grande perturbação do estado de apatia e materialismo em que o mundo se encontra... O resumo da contra-capa informa-nos que a Basílica de S. Pedro é atingida por uma bomba atómica, cumprindo uma profecia de destruição milenar (é da natureza das profecias preverem destruições porque, mais tarde ou mais cedo, alguma há-de acontecer e encaixar-se?) e eis que um certo patriarca de Lisboa, Pedro Carmo, se apresenta como o presumível novo Papa e, quiçá, talvez o último! (Não havia já um livro chamado O Último Papa? Estaremos a presenciar uma disputa teológica literária?) O livro parece bem escrito, e o autor está a fazer um esforço mínimo de promoção, tendo produzido um trailer para a internet, e obviamente o obrigatório blogue (no qual infelizmente apenas é repetida a informação de contra-capa, sem informações adicionais sobre o enredo, nem excertos, nem teasers...). É de qualquer forma um saudável sintoma de aposta de importantes chancelas no fantástico/thriller nacional, moda que se pretende duradoura e que esperemos tenha reacções por parte do público. Esta notícia tem ainda espaço para informar do lançamento das 7 Cores de Oníris, da estreante Rita Vilela, uma obra para jovens da Oficina do Livro com uma das capas mais deliciosas do mercado. Neste mundo de fantasia, a espécie humana foi dividida e separada fisicamente em sete regiões e sete cores de cabelo por um fenómeno mágico, cuja reunião, diz-se, apenas será possível quando um grupo constituido por representantes das várias cores ultrapasse as muralhas impenetráveis e se encontre em Coloris, no lugar do meio (e o mapa inicial esclarece porque não é este encontro possível por via marítima: as muralhas adentram-se pelo oceano!). Quanto apostam que serão justamente os protagonistas a conseguirem esse feito?

(c) Luís Filipe Silva, 2003/2024. Não é permitida a reprodução dos conteúdos sem prévia autorização.

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