Conceito de Luís Filipe Silva

Ficção Científica, Fantástico, Surrealismo, Realismo Mágico, Terror, Horror, Ciberpunk e História Alternativa - e por vezes, se fôr de excelente qualidade, ainda fechamos os olhos a um certo Mainstream...

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Lançamentos |  24 Jan 2008
Novidades de Início de Ano
Destaque para os lançamentos de A República Nunca Existiu!, histórias alternativas sobre um Portugal no qual o regicidio de 1908 não teria sido bem sucedido, e a monarquia teria continuado vigente. Seríamos hoje um país diferente? Catorze histórias iluminam as diversas possibilidades deste cenário, catorze portugais diferentes da mão de igual número de autores, na que é a mais ousada proposta literária desta época de ficções obrigatórias sobre o centenário do evento. Organizada por Octávio dos Santos, que assina um dos contos, a antologia tem a participação dos excelentes autores João Aguiar, Miguel Real, João Seixas, entre outros, e em particular marca o regresso à escrita de Luis Richheimer de Sequeira e de Bruno Martins Soares, há muito desaparecidos das lides literárias. Esta iniciativa é mais um exemplo da capacidade criativa da Saída de Emergência em nos fornecer visões diferentes, emocionantes e originais de um Portugal literário, após a antologia de 2006 A Sombra Sobre Lisboa, e que esperemos não se quede por aqui. De particular destaque a excelente concepção visual da obra. Também nas bancas, embora num género completamente distinto, a Editorial Presença apresenta-nos mais fantasia juvenil com A Espada de Fogo, segundo volume das Crónicas de Icemark, da mão de Stuart Hill. Jovens empunham espadas hirtas em defesa contra as atitudes vingativas de vilões adultos e malvados e dessa forma conquistam o mundo. Mentes perversas - que não as nossas - talvez vissem na capa deste livro uma perspectiva fálica muito pouco subtil, e talvez algo preocupante para qualquer bom pai que se depare com este livro na mesa de cabeceira dos seus tenros filhotes... sem dúvida um intrigante e arriscado critério editorial para colocação no mercado. Por fim, destaque merecido para A Caixa em Forma de Coração, de Joe Hill, da Civilização Editora. Grandes aplausos para a tradução de um dos melhores romances de terror dos últimos anos, de um autor que se está a tornar numa sensação nos Estados Unidos, de certa forma a  imitação do fenómeno Jonathan Littell dentro do género: Joe Hill é filho de um escritor extremamente famoso, algo que por sinal não é mencionado sequer uma única vez na edição portuguesa. Se se trata de desconhecimento ou de imposições contratuais, desconhecemos. Apenas esperamos que a razão desta estranha ausência não seja porque ninguém na editora tenha reconhecido a importância do nome do pai Stephen King...

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